terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

COMO O AMOR PODE LANÇAR FORA O MEDO


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No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4:18). 

Este versículo apresenta desafios para o leitor sério e tem sido usado para defender diversas ideias errôneas. É comum achar aplicações superficiais na esfera da psicologia popular, usando esta afirmação como um mantra para ajudar pessoas vencer suas fobias e preocupações cotidianas. 

Outros distorcem o sentido do texto para justificar suas decisões de não se arrepender dos seus pecados, concluindo que “Deus me ama do jeito que sou, então não preciso mudar”. 

Estudantes da Bíblia podem enfrentar uma dificuldade em conciliar este versículo com outros ensinamentos das Escrituras que ensinam a importância do medo ou temor: 

Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (Eclesiastes 12:13) e 

Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28). 

Como compreender este ensinamento de João?
Uma das regras fundamentais para entender qualquer texto é: considerar o contexto. João não escreveu aqui sobre fobias, e certamente não ofereceu conforto para pessoas que persistem numa vida pecaminosa (leia 1 João 3:6-10). 

Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o conheceu.
Filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.
Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo.
Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus.
Desta forma sabemos quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não procede de Deus; e também quem não ama seu irmão.


1 João 3:6-10

O contexto define termos importantes. Medo e tormento são ligados ao assunto do versículo anterior: o Dia do Juízo. Amor, também, é ligado aos versículos anteriores: Quem permanece no amor permanece em Deus. 

João explica o que é necessário para viver e morrer com a confiança da salvação em Cristo. É necessário aperfeiçoar o amor, que significa permanecer em Deus (1 João 4:16-17). 

Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.
Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele.


1 João 4:16,17

Seria totalmente injusto interpretar este ensinamento de João de uma maneira que contradiga o resto da epístola ou que negue ensinamentos de Jesus e os outros apóstolos. 

Na mesma carta de 1 João, este apóstolo disse que para permanecer em Deus é preciso andar na luz (1 João 1:6-7). Ele resume bem as condições da comunhão com Deus nestas palavras: 

Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2:5-6).
Evitemos, também, o erro de imaginar que alguém alcance esta perfeição por esforço próprio, ou que tenha confiança da salvação por sua própria justiça. 

Todo o contexto nos lembra do perdão oferecido por Deus por meio do sangue de Jesus Cristo (1 João 1:9-10; 2:1-:2; 4:9-10; 5:13). Somente em Jesus poderemos permanecer no Dia do Juízo!

por Dennis Allan






sábado, 24 de fevereiro de 2018

AS ESCOLHAS DO CRISTÃO - EFÉSIOS 4::1-6


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Uma das cenas mais intensas da Bíblia é descrita em 1 Reis 18. Elias, com sua personalidade dominadora, era o porta-voz de Deus naquela ocasião. Os profetas de Deus haviam sido assassinados, e a adoração pagã a Baal e ao poste-ídolo (“Aserá”), sua “rainha”, estava sendo incentivada. 

Aqueles que optaram por seguir ao Deus Javé eram, automaticamente, alvos de crueldade e muitos foram mortos. Em represália ao ódio destilado contra Deus e Seus seguidores, houve uma seca de três anos mandada pelo próprio Deus como castigo aos idólatras. Realmente aquele não foi um período fácil para se professar lealdade ao Deus único e verdadeiro.

Quando não parecia haver esperança alguma, Elias surge desafiando os sacerdotes pagãos a um duelo (1 Reis 18:1–18). O duelo ou desafio no monte Carmelo começou com um profeta do Deus Javé enfrentando 850 profetas de Baal e Aserá, o poste-ídolo (18:19). 

Antes de o duelo acontecer, Elias levantou-se e dirigiu-se à assembleia ali reunida: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o” (18:21).

Assim o duelo começou. Elias demonstrou o poder do Deus verdadeiro (18:30–38). Aqueles que testemunharam a cena foram convencidos de quem era o Deus verdadeiro: “vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (18:39). O povo havia tomado uma decisão e essa decisão o compeliu à ação (18:40).

Em toda a Bíblia, Deus pede para as pessoas optarem por segui-lO. Aqueles que obedecem a Deus encontram “vida” (Deuteronômio 30:19; 32:47).

As Escrituras ensinam que só os que estabelecem e mantêm um relacionamento correto com Deus podem ter essa “vida” (veja Jeremias 38:20; Amós 5:4; Habacuque 2:4; João 3:15, 16, 36). 

O cristão optou por seguir a Deus porque ele sabe que a vida eterna é obtida somente através da obediência à vontade de Deus (João 5:25–29). O Senhor afirmou que quem crê passará das “trevas” para a “Luz da vida” (João 8:12). 

A sua transição das trevas para a luz ocorreu porque você fez a escolha de crer nos mandamentos de Deus para a sua vida e a eles obedecer.

Essa escolha teve um impacto sobre a sua vida — e agora você escolhe fazer determinadas coisas que anteriormente não escolheria! Quando você se tornou cristão, você redirecionou a sua mente para escolher conforme os mandamentos de Deus. Essa mudança se chama “renovação” de mente (Romanos 12:1, 2). O cristão faz escolhas acentuadamente diferentes das escolhas de um não-convertido!

Em Efésios 4 a 6, Paulo expôs as mudanças radicais que ocorrem quando uma pessoa se converte. Vejamos esse trecho com cuidado, observando como o processo de tomada de decisão sofreu mudanças. Esses versículos mencionam três áreas críticas em que o fato de ser cristão deve impactar as suas escolhas.


A ESCOLHA DE ATITUDES IGUAIS À DE CRISTO

A verdadeira conversão modifica atitudes! Antes da conversão, as atitudes da pessoa são dominadas por egoísmo e orgulho. Após a conversão, as atitudes da pessoa são dominadas pela intenção de glorificar a Deus. As palavras de Paulo revelam como essas atitudes mudaram de um foco egocêntrico para um foco altruísta. “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19b, 20).

O poder transformador da conversão nas atitudes de uma pessoa é ilustrado por Onésimo. Esse escravo fugitivo havia saído da casa de Filemom numa atitude de egocentrismo que o tornou “inútil”. Quando Onésimo ouviu e obedeceu ao evangelho, ele se tornou “útil”. Ao comentar a mudança de atitude desse homem, Paulo escreveu: “Sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas. Ele, antes, te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim” (Filemom 10, 11).

A maior luta enfrentada por um cristão recém-convertido é a mudança de suas atitudes. Em vez de pensar somente em si mesmo, ele precisa começar a pensar nos outros. É por isso que Cristo disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23). 

Efésios 4:1–6 destaca três mudanças de atitude significativas. Essas novas atitudes se mostram quando o indivíduo reconhece que foi consagrado ao serviço de Deus (veja Hebreus 10:20). São na verdade atitudes de santidade.

1) O cristão deve ter “humildade”. Uma pessoa que está tentando ser como Cristo não exige que tudo aconteça do seu jeito; ela tenta colocar os interesses dos outros na frente dos seus próprios interesses. A mente convertida reconhece que os outros têm boas ideias. A mente arrogante estimula a rivalidade porque sente inveja e orgulho. As Escrituras advertem o cristão de que a humildade pode ser suplantada pelo raciocínio arrogante (Filipenses 2:3; Tiago 3:14). Algumas pessoas permitem que o orgulho tome o lugar da humildade. O orgulho faz a pessoa recuar e dizer: “Eu avisei que esse plano não ia dar certo, mas não me deram ouvidos — e agora veja a bagunça!” Ao contrário disso, uma atitude semelhante à de Cristo incentiva a mentalidade humilde e crucifica os pensamentos arrogantes.

2) O cristão deve ter “cordialidade”. Essa atitude é consequência da humildade. Quando admitimos que não somos a autoridade absoluta em vários assuntos e que nossas ideias nem sempre são as melhores, desenvolvemos uma atitude de cordialidade. Essa atitude nos faz ser bondosos, úteis, prestativos, cordiais, considerando as opiniões dos outros. A cordialidade inclui ser sensível aos sentimentos alheios (Lucas 6:35; Romanos 12:10; veja Colossenses 3:12). O autêntico convertido admira todos à sua volta porque ele tenta substituir o viver egocêntrico e gélido pela servidão da santidade.

3) O cristão deve ter “longanimidade”. Algumas versões dizem “paciência”. O termo indica que o cristão recém-convertido está disposto a ter um “longo ânimo” até resolver um problema com outra pessoa ou com uma situação difícil. A vida cristã não é fácil; muitos problemas e desânimos podem surgir. Quem possui uma atitude convertida consegue ser longânimo porque sabe que o Senhor Deus cuidará de tudo. Foi essa atitude que Paulo demonstrou quando lhe avisaram dos problemas que ele enfrentaria em Jerusalém. As atitudes dos que viajavam com Paulo o fizeram ser tolerante com as situações e dizer convictamente: “Faça-se a vontade do Senhor!” (Atos 21:14b).

Essas atitudes ajudarão os cristãos a se alegrarem na superação do egoísmo, a desfrutarem a companhia de outros tornando-se mais sensíveis e a suportar os problemas com o entendimento de que Deus está no controle! Essa atitude capacita o cristão a ter grande paz! (Veja Filipenses 4:4–8.)


A ESCOLHA DE TERNOS AFETOS

A regra central para o comportamento do cristão é o amor. E esse amor deve ser santificado. Ele se tornou santo. 

Esse novo amor substituiu o velho tipo de amor. Antes da conversão, o amor era por si próprio e buscava mimar e satisfazer os desejos do ego. Antes da conversão, o objeto do amor poderia ser expresso por frases como: “Preciso cuidar de mim mesmo!” e “Tente ser o número um!” Após a conversão, o centro das atenções muda radicalmente: o objeto do amor não é o próprio ego, mas os outros! O cristão recém-convertido descobre que o ego foi “negado”, “perdido” e “crucificado” (veja Mateus 16:24; Lucas 9:24; Gálatas 2:20). 

Esse amor convertido é o tipo de amor (agape) que serve e dá, um amor que imita o maravilhoso amor de Deus por nós (Romanos 5:8). É esse amor convertido que assusta o mundo. Quando outros veem a mudança nas expressões de amor do novo convertido, ficam maravilhados.

Conta-se uma velha história da conversão de um homem que era conhecido como um grande encrenqueiro bêbado. Obviamente, alguns moradores da cidade duvidavam da conversão dele. Um dia, alguém estava ridicularizando em voz alta a igreja, a Bíblia e Deus. O indivíduo começou falando da conversão do encrenqueiro. O filho do convertido estava no meio da multidão e ouviu a zombaria. Então, ele deu um passo adiante e disse: “Por favor, não diga que meu pai está enganando as pessoas. Desde que ele se tornou cristão, ele está diferente. Ele não usa linguagem obscena. Não bate em ninguém. Até ora antes das refeições. Senhor, não quero que meu pai engane ninguém; mas, se ele não estiver em seu juízo perfeito, por favor, deixe-o em paz — porque a mente que ele tem agora é melhor do que a que ele possuía antes!”

O novo convertido faz a escolha de amar de modo diferente! Agora que você é cristão, você deve amar com o amor santificado do seu Pai celestial. Como você demonstra o fato de que agora, como cristão, você escolheu amar a todos como Deus ama?

A ESCOLHA DAS AMBIÇÕES ESPIRITUAIS

Qual é a sua verdadeira ambição na vida, agora que você é cristão?

O que é mais importante para você?

Paulo é uma ilustração excelente de como as ambições mudam radicalmente após a conversão. Escrevendo aos filipenses, o apóstolo refletiu sobre essa mudança. Antes de se tornar cristão, Paulo desejava obter prestígio, posição e honra do mundo. (Veja Filipenses 3:4–8.) Paulo passou a ter uma nova ambição como cristão: viver de maneira a glorificar a Deus (3:7–14). Ele desafiou todos a partilharem desse mesmo propósito na vida (3:17–21). Paulo mostrou essa mesma ambição quando escreveu aos efésios. Ele insistiu para que os cristãos de Éfeso vivessem de modo a glorificar a Cristo e a Deus.

Esse alvo é enfatizado por duas expressões.

1) O cristão deve “andar de modo digno da vocação” a que foi chamado (4:1). Primeiramente, Paulo chamou a atenção de seus leitores para como as escolhas da vida impactam o mundo em que eles vivem. O evangelho chama os pecadores a se tornarem cristãos (2 Tessalonicenses 2:14). 

Essa é uma vocação ou um chamado para deixarem o mundo e seus padrões, a fim de serem colocados no corpo de Cristo e começarem a viver segundo os padrões do Senhor (Colossenses 1:13). 

Essa vocação é um tremendo privilégio que traz grandes bênçãos. Aqueles que respondem e aceitam o chamado têm a responsabilidade de andar (ou seja, viver) de um modo que não seja reprovado pelo Senhor. Por exemplo, quem roubava não deve mais roubar, quem mentia deve agora falar a verdade e quem vivia imoralmente deve ser santo. Ser cristão requer o estabelecimento de um novo objetivo (ambição), o objetivo de honrar e glorificar a Deus (Gálatas 6:14). 

Considerando que agora você é cristão, tudo que você faz deve provocar um sorriso na face de Deus porque a sua conduta O agrada.

Como você pode honrar a Deus no trabalho? ...em casa? ...no lazer? ...com os amigos? ...com os colegas de trabalho?

Você escolheu aceitar a oferta de salvação dada pelo Senhor quando Ele o chamou através do evangelho. Isso resultou no dever de fazer uma escolha consagrada no que diz respeito às suas maiores ambições na vida.

2) O cristão deve se “esforçar diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (4:3). Paulo descreveu a seguir a maneira como as ambições impactam a igreja do Senhor. Cada membro da igreja de Cristo é obrigado a manter unidade e harmonia. 

Observemos que o mandamento não é para que haja qualquer unidade, mas a “unidade do Espírito”. A unidade do Espírito de Deus não significa tolerância a toda e qualquer fórmula ou expressão de fé. Nos versículos 4 a 6, Paulo alistou especificamente sete pontos básicos sobre os quais “a unidade do Espírito” deve ser estabelecida e mantida: 1. “um só corpo” 2. “um só Espírito” 3. “uma só esperança da vossa vocação” 4. “um só Senhor” 5. “uma só fé” 6. “um só batismo” 7. “um só Deus e Pai de todos” Esses sete “uns” já foram analisados e redefinidos por muitos na tentativa de se defender uma unidade em desacordo com as instruções do Espírito no Novo Testamento. 

Como cristão, você tem o dever de ajudar a preservar a unidade na religião ensinada na Bíblia. Essa ambição deve ser primordial na sua mente porque você fez uma escolha de seguir a Palavra de Deus.


CONCLUSÃO

O homem e Deus fazem escolhas! 

Deus revelou o que Ele escolheu. 

Sua escolha é pelos que obedecem e se submetem às regras de “viver pela fé” (Romanos 1:17; veja 2 Coríntios 5:7). Deus espera que Seus filhos escolham a submissão às Suas regras de fé. Ele já providenciou os incentivos e explicou a necessidade de optarmos pela “vida”, seguindo a justiça. 

Infelizmente, nem todos escolhem seguir o caminho de Deus, e até cristãos podem deixar de fazer as escolhas certas. Essas pessoas são como o Israel ao pé do monte Sinai. Embora a nação tivesse resolvido obedecer à vontade de Deus (Êxodo 19:5–8), alguns israelitas optaram por desobedecer. Em pouco tempo, a nação que havia optado por obedecer a Deus virou-Lhe as costas e prostrou-se diante de um ídolo. Quando Moisés descobriu a traição, ele intimou a todos: “Quem é do Senhor venha até mim” (Êxodo 32:26). Mais uma vez, Israel teve de escolher obedecer a Deus ou não.

Agora que você é cristão, escolhas precisam ser feitas. Cada dia, o diabo tentará fazer você negligenciar suas escolhas e fazer concessões. Por isso, todos os dias, você precisará renovar a sua dedicação e avaliar as suas escolhas. 

Você está na mesma situação de Daniel e seus três amigos na Babilônia. No meio de uma terra estranha, eles foram desafiados a comprometer sua dedicação ao Senhor. E os quatro jovens escolheram manter-se obedientes a Deus e se recusaram a negligenciar essa escolha (Daniel 1:8; 3:17, 18)! 

Outro exemplo encorajador é o de Moisés. Ele decidiu não comprometer seus princípios de temor a Deus para “usufruir prazeres transitórios” do mundo. A atitude, as inclinações e a ambição de Moisés o instaram a tomar decisões que honraram a Deus (Hebreus 11:24–26). 

Façamos o mesmo!



Autor: John L. Kachelman Jr. © Copyright 2005, 2010 by A Verdade para Hoje TODOS OS DIREITOS RESERVADOS





LEVÍTICO: INSTRUÇÕES PARA OS SACERDOTES DE ISRAEL


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A comunhão do povo de Israel com Deus foi a prioridade de Moisés. Quando Israel tropeçou, Moisés implorou que Deus não se afastasse deles (Êxodo 33:12-17). 

No sistema inaugurado pelo Senhor no deserto, uma parte chave desta comunhão entre o povo e Deus foi o sacerdócio levítico. Deus determinou que Arão, irmão de Moisés, e seus descendentes seriam os sacerdotes de Israel. Ordenou, também, que os parentes deles ajudassem em serviços de apoio. Eram todos da tribo de Levi. É desta tribo que o terceiro livro da Bíblia recebeu seu nome comum, Levítico. O livro relata as orientações dadas por Deus aos levitas e ao povo que, guiado por esta tribo sacerdotal, participaria destes atos de adoração e comunhão.

Uma vez que entendemos, pelo estudo do Novo Testamento, que as leis dadas aos israelitas no monte Sinai não estão em vigor após a morte de Jesus, seria fácil pular este livro e perder o valor da sua mensagem. É claro que suas regras sobre sacrifícios, ofertas, dízimos, alimentos e festas não se aplicam a nós, por terem sido sombras de Jesus Cristo e sua mensagem (Colossenses 2:16-17). Mas nestas sombras achamos lições valiosas que enriquecem o nosso entendimento do Novo Testamento e da base da nossa comunhão com o Senhor na Nova Aliança.
O conteúdo do livro de Levítico pode ser resumido conforme os assuntos tratados:
Capítulos 1 a 7 apresentam instruções detalhadas sobre diversos tipos de sacrifícios e ofertas.
Capítulos 8 a 10 tratam da consagração dos primeiros sacerdotes da família de Arão. No meio deste relato encontramos a triste história da morte de dois dos filhos de Arão por não seguir à risca as instruções dadas. Deus usou este exemplos para enfatizar a importância da reverência do homem diante do seu Senhor.
Capítulos 11 a 16 falam das leis sobre coisas imundas, inclusive sobre as distinções entre animais permitidos e proibidos como alimentos para os judeus. Hoje, estas regras não se aplicam, mas o princípio atrás delas mantém sua importância para os seguidores de Jesus no Novo Testamento. Deus usou estas distinções para ensinar a importância da santidade (separação) e explicou: “vós sereis santos, porque eu sou santo”(Levítico 11:45). Pedro usou este princípio como fundamento para seu ensinamento sobre a santificação prática dos cristãos (veja 1 Pedro 1:15-16).
Capítulos 17 a 20, 24, 25 e 27 incluem diveras leis práticas para manter a santidade do povo. Entre elas são restrições sobre casamentos e relações sexuais, princípios de honestidade e ética, avisos contra idolatria e blasfêmia, instruções sobre responsabilidades para com os pobres e orientações sobre votos.
Capítulos 21 e 22 falam da santidade dos sacerdotes e de algumas responsabilidades específicas deles.
Capítulos 23 e 25 estabelecem vários dias comemorativos no calendário judaico.
Capítulo 26 apresenta um contraste por meio de duas listas. A primeira designa diversas bênçãos para os obedientes enquanto a segunda fala dos castigos que viriam se o povo for desobediente. Neste capítulo, também, Deus mostra a sua vontade de perdoar os pecadores arrependidos, demonstrando seu desejo de manter a comunhão com este povo.
Na leitura do livro de Levítico, estamos nos preparando para compreender conceitos do Novo Testamento, onde aprendemos que todos os cristãos são sacerdotes com o privilégio de oferecer sacrifícios a Deus. Pedro disse:“também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). Que privilégio!

-por Dennis Allan








quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

EXODO - A CONSTITUIÇÃO DE ISRAEL


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Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êxodo 20:2). 

Estas palavras, faladas no monte Sinai antes de Deus pronunciar os dez mandamentos, resumem bem a mensagem central do segundo livro da Bíblia. Êxodo, o título comum deste livro, se refere à saída dos israelitas do Egito depois de gerações naquele país, a última parte deste período na condição de escravos. O livro é atribuído a Moisés e se mostra importante para entender o papel deste líder na formação da nação de Israel 3.500 anos atrás.
Um dos principais objetivos do livro de Gênesis foi explicar as raízes do povo judeu como descendentes do patriarca Abraão. Iniciando com um resumo rápido das mudanças mais importantes nas gerações depois de José, o livro de Êxodo então foca o estabelecimento da nação de Israel durante a vida de Moisés.
Depois dos primeiros dois capítulos, que incluem uma narração rápida dos primeiros 80 anos da vida de Moisés, o resto do livro relata os acontecimentos durante um período de um pouco mais de um ano. Durante este período, Deus constituiu a nação de Israel, cumprindo uma das três partes da promessa feita a Abraão séculos antes (veja Gênesis 12:1-3).
Quando uma nova nação é formada, é comum a preparação de algum documento que define os princípios pelos quais o povo será governado. Conhecemos este documento como constituição. Podemos olhar para o livro de Êxodo, especialmente o trecho começando com os dez mandamentos (capítulo 20 em diante) como a constituição da nação de Israel. A partir deste capítulo, Deus anuncia ao povo os princípios desta teocracia. Esta parte da revelação de Deus teve um grande impacto no futuro do povo judeu, e tem influenciado sistemas de lei adotados por muitas outras nações ao longo dos últimos 3.500 anos.
No livro de Êxodo, encontramos a narração dos seguintes acontecimentos importantes:
Capítulo 1 fala da circunstância do povo de Israel na escravidão no Egito, servindo como ponte de ligação entre José e Moisés.
Capítulo 2 resume os primeiros 80 anos da vida de Moisés e explica o motivo de ele ficar longe do seu povo.
Capítulos 3 e 4 contêm a história do início da missão de Moisés. Ele foi equipado por Deus para uma tarefa exigente de libertar o povo do faraó (rei) egípcio e conduzi-lo à terra prometida séculos antes aos patriarcas.
Capítulos 5 a 14 falam do sucesso de Moisés, guiado por Deus em cada passo, em vencer o rei e os deuses do Egito para livrar os israelitas da escravidão.
Capítulos 15 a 18 relatam a história das primeiras semanas da viagem deste povo depois do livramento da escravidão, no trajeto do Egito para o monte Sinai.
Capítulos 19 a 40 registram os principais acontecimentos dos próximos 10 meses, terminando um mês antes da saída do povo do monte Sinai. Nestes capítulos, lemos sobre: a revelação da Lei de Deus por meio de Moisés, incluindo as instruções sobre o tabernáculo, seus móveis e o sacerdócio da família de Arão (capítulos 19 a 31); o grave erro de Arão e o povo em fazer um bezerro de ouro (capítulos 32 e 33); a segunda revelação da Lei a Moisés (capítulo 34), a preparação e montagem do tabernáculo, o templo móvel que seria usado durante o resto da viagem para a terra prometida (capítulos 34 a 40).
O livro de Êxodo encerra com a descrição da presença de Deus no tabernáculo, mostrando a grande bênção da comunhão entre o Senhor e seu povo escolhido.



Dennis Allan






quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

GENESIS




A Bíblia é um livro de livros. É uma pequena biblioteca de livros escritos ao longo de 1.500 anos ou mais por aproximadamente 40 autores em três idiomas e em vários países. Nas Bíblias que usamos hoje, estes livros não seguem uma ordem cronológica. São organizados mais ou menos por tipo de livro em agrupamentos de livros históricos, poéticos, proféticos, etc. 

Para muitos leitores, o estudo da Bíblia se torna mais difícil por não se ter noção de como compreender estes escritos no seu contexto. E muitas das doutrinas erradas no mundo religioso vêm de abuso de textos bíblicos que são interpretados sem respeitar seu contexto.

Esta é a primeira de uma série de resumos dos livros da Bíblia. Cada artigo desta série terá o objetivo de resumir a mensagem de dois ou mais livros no seu contexto histórico. A ênfase será nas informações bíblicas, especialmente as informações internas (muitos dos livros bíblicos incluem todas as informações necessárias para colocá-los nos seus contextos históricos). Além de considerar as perguntas óbvias de contexto (quem escreveu, para quem e quando), vamos também prestar atenção no conteúdo de cada livro de forma resumida.

O uso ideal destes artigos será como incentivo para a leitura bíblica. Mesmo os maiores livros da Bíblia podem ser lidos em pouco tempo, e seria ótimo se o leitor aproveitasse estes resumos para iniciar a leitura do livro em questão. Por exemplo, depois de ler o resumo de Gênesis, leia este primeiro livro da Bíblia. Para lê-lo em uma semana, teria de ler uma média de 7 capítulos por dia – nada difícil. Depois de ler sobre Êxodo, a leitura de 6 capítulos por dia será suficiente para conhecer o conteúdo em apenas uma semana. Quando chegar aos livros pequenos (há vários com apenas um, dois ou três capítulos), pode aproveitar aquelas semanas mais “leves” para voltar e ler novamente os trechos que achar especialmente interessantes.

Antes de entrar nestes resumos livro por livro, ajudará olhar para o conteúdo da Bíblia de uma forma geral. Se você abrir a Bíblia e olhar para o índice geral, perceberá duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamento. 

O Antigo começa com Gênesis, e relata a história da interação de Deus com os seres humanos desde a criação até a restauração dos israelitas à sua terra depois do cativeiro babilônico, poucos séculos antes de Cristo. Esta parte da Bíblia inclui livros que transmitem a Lei de Deus aos judeus, livros que contam a história daquele povo escolhido, livros de sabedoria que ensinam vários princípios importantes para a vida e diversos livros proféticos que contêm mensagens para o povo da época, além de revelações dos planos de Deus para épocas posteriores.

O Novo Testamento é bem menor, e consiste em livros escritos durante um período de aproximadamente 60 anos depois da morte de Jesus. Os primeiros quatro livros são relatos paralelos e complementares da biografia de Jesus, conhecidos como evangelhos. O livro de Atos conta alguns fatos da história da igreja primitiva guiada pelo ensinamento dos apóstolos, com destaque no trabalho de Pedro entre os judeus e de Paulo entre outros povos. O restante do Novo Testamento é uma coletânea de cartas escritas a várias igrejas e indivíduos. Estas cartas foram escritas pelos próprios apóstolos e outros autores escolhidos por Deus a fim de instruir seu povo, os discípulos de Jesus Cristo.

Com esta introdução, começamos a nossa jornada pelas páginas destes livros fascinantes. Na leitura das Escrituras, veremos as características de Deus, com ênfase no seu amor e na sua santidade. Veremos as reações dos homens ao Criador, tanto dos fiéis e obedientes quanto dos rebeldes e desobedientes. Em todos estes casos, haverá lições para o nosso bem. Contudo, para receber o benefício destes estudos, é preciso desejar a palavra como um bebê deseja leite: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso” (1 Pedro 2:1-3).

Gênesis: O Livro dos Começos

No princípio. Estas são as primeiras palavras do primeiro livro nas nossas Bíblias. A partir desta introdução, o relato descreve em termos muito resumidos a criação do universo e a história dos primeiros seres humanos. O livro de Gênesis abrange um período de tempo maior do que qualquer outro dos livros bíblicos, e apresenta informações fundamentais para compreender os demais. Vamos conhecer um pouco deste livro.

Gênesis é um dos livros atribuídos a Moisés, personagem importante dos quatro livros seguintes. Serve para explicar ao povo judeu suas raízes genealógicas e, mais importante, o propósito de Deus para este povo. Este livro responde, também, a questões naturais de pessoas de quaisquer nações que buscam entendimento de suas origens e da vontade do seu Criador.

Vamos ver, resumidamente, o conteúdo dos capítulos de Gênesis.

Capítulos 1 e 2 falam sobre a criação do universo pela palavra de Deus. O autor não apresenta argumentos filosóficos nem explicações científicas deste processo. Ele afirma que Deus falou e, pela força da sua palavra, criou todas as coisas. O primeiro capítulo descreve a criação geral, e o segundo volta a destacar mais detalhadamente o que Deus fez para criar o homem e a mulher, o casal que passa a ser conhecido como Adão e Eva. Deus criou este casal com a capacidade de compreender palavras faladas e de escolher entre o amor e o ódio. O amor seria manifestado em atos de obediência para agradar o Criador, enquanto a rebeldia seria prova do desrespeito para com ele. Descobrimos no capítulo 2, também, a vontade de Deus sobre o casamento. Antes de existir qualquer tipo de igreja ou religião organizada, Deus explicou sua intenção de um homem e uma mulher se unirem no casamento (Gênesis 2:24; compare com Marcos 10:5-8).

Capítulos 3 a 5 destacam a separação do homem de Deus em consequência do pecado. Adão e Eva desobedeceram à palavra de Deus e sofreram várias consequências deste erro. O mais grave dos resultados foi a separação de Deus na expulsão do casal do paraíso terrestre do Éden. Depois, outros também pecaram e sofreram o efeito dos seus atos.

Capítulos 6 a 9 relatam um dilúvio mundial que Deus usou para limpar o mundo do pecado e começar novamente com a família de Noé. Oito pessoas foram salvas pela água (1 Pedro 3:20).

Capítulos 10 e 11 descrevem a dispersão dos descendentes de Noé após o dilúvio. Estes foram espalhados pela confusão dos idiomas que Deus fez quando alguns tentaram se exaltar contra o Senhor. No final do capítulo 11, a lista dos descendentes de Noé chega a Abraão, que será o personagem principal até o fim do livro de Gênesis.

Capítulos 12 a 50 contam a história de quatro gerações da família pela qual Deus prometeu cumprir seus propósitos para com os homens. Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação que receberia uma terra especial. Mais importante, ele disse que um dos descendentes deste patriarca abençoaria todas as famílias da terra. Esta profecia de Gênesis 12:1-3 predisse a vinda de Jesus Cristo cerca de 2.000 anos antes do seu nascimento. Nestes capítulos, aprendemos sobre a fé obediente de Abraão, Isaque, Jacó e José e descobrimos como esta família chegou ao Egito, onde passou gerações na escravidão. Desta maneira Moisés apresentou o pano de fundo para o povo israelita de sua geração, a fim de que compreendessem seu lugar no plano de Deus.


Uma das principais mensagens do livro de Gênesis foi bem resumida em um comentário no Novo Testamento sobre os patriarcas: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria” (Hebreus 11:13-14). O primeiro livro da Bíblia está cheio de esperança!



–por Dennis Allan







terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

NOSSAS BOAS OBRAS DEVEM SER VISTAS POR OUTROS OU ESCONDIDAS?






Duas orientações dadas por Jesus na mesma mensagem parecem contraditórias e, por isso, exigem nossa atenção redobrada.

Ele disse: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mateus 6:1). O Senhor reforçou esta advertência com uma série de exemplos (esmolas, orações e jejuns). Ele criticou as pessoas que fazem suas boas obras para serem vistas e honradas pelos outros.

Porém, alguns minutos antes, Jesus havia dito: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16).

Ele se contradisse? Como entender estas instruções?

Em uma leitura superficial, seria fácil concluir que Jesus tivesse caído em contradição, mas uma leitura mais cuidadosa corrige esta interpretação errada. 

A questão em ambas as orientações é de honra e glória ou, melhor, de quem recebe a glória.

Quando os discípulos de Cristo fazem suas boas obras, outros vão perceber. Se a motivação e a conduta destes cristãos forem corretas, Deus será glorificado pelo impacto da sua palavra na vida das pessoas convertidas. Este é o sentido de Mateus 5:16. Faça as boas obras para que os outros glorifiquem a Deus.

Mas as mesmas boas obras podem ser feitas por outro motivo, totalmente contra a vontade do Senhor. Os exemplos cita-dos em Mateus 6 são de pessoas que agem, não para honrar o nome de Deus, e sim para receber a honra para si. Ao invés de dirigir a atenção para o céu, estas pessoas mandam tocar trombetas para chamar atenção para suas obras recebendo, assim, a glória que é devida ao Senhor.

As palavras de Jesus em Mateus 6:3 avisam, ainda, de outro perigo: o orgulho de sentir-se bem por ter feito alguma obra. Ele disse: “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”. Não devemos registrar a conta das nossas boas obras para achar algum mérito por nossos feitos.

 Em outra ocasião, Jesus ofereceu esta perspectiva sobre o nosso serviço: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lucas 17:10).

Resumindo, podemos concluir sobre quaisquer “boas obras” que realizamos:

1) A honra e glória pertencem a Deus e somente a Ele.

2) Nunca devemos procurar a honra para nós.

3) Nunca devemos nos achar merecedores de glória!

Que Deus, e somente Ele seja louvado!





por Dennis Allan






sábado, 17 de fevereiro de 2018

É ERRADO PARTICIPAR DE COMEMORAÇÕES SOCIAIS E FAMILIARES?





É comum para pessoas sinceras enfrentarem algumas dúvidas sobre práticas comuns como participação de feriados nacionais, comemoração de casamentos, aniversários de nascimento, etc. 

Há vários fatores que geram tais perguntas. 

Primeiro, pelo estudo das Escrituras aprendemos a importância de agir conforme a vontade de Deus (Colossenses 3:17; 1 Coríntios 4:6; etc.). 

Segundo, não queremos ser contaminados pelas coisas do mundo (Tiago 1:27), e facilmente identificamos elementos contaminados em festividades que enfatizam a sensualidade, bebedices, etc. 

Terceiro, alguns grupos religiosos especificamente proíbem comemorações de aniversários de nascimento.

É pecado participar de comemorações sociais e familiares?

Para responder a esta pergunta, devemos primeiro lembrar de uma distinção entre a casa de Deus e as nossas próprias casas. 

A igreja é a casa de Deus (1 Timóteo 3:15), e as atividades da igreja devem ser limitadas àquelas que o chefe da casa autorizou na sua palavra. Não estamos falando aqui de fazer festas de aniversário ou de outras comemorações sociais como obras da igreja. Há responsabilidades que pertencem à família carnal e não à igreja (1 Timóteo 5:16 ilustra esta distinção prática). 

Neste artigo, não estou sugerindo que igrejas façam festas deste tipo, estou tratando de comemorações no contexto familiar e social.

Na Bíblia, servos fiéis a Deus participavam de comemorações sociais e familiares. Desde o livro de Gênesis, era comum comemorar casamentos com banquetes especiais (Gênesis 29:21-23). 

O próprio Jesus participou de comemorações deste tipo (João 2:1-2). 

Famílias fiéis comemoravam outros eventos importantes, como o desmamamento de um filho (Gênesis 21:8). 

Não temos registro específico de servos de Deus comemorando aniversários de nascimento, mas sabemos que registravam os anos de vida (Gênesis 21:5; 25:20,26; etc.). 

Alguns citam pecados cometidos no contexto de festas de aniversário (por exemplo, Herodes mandou matar João Batista durante sua própria festa de aniversário – Marcos 6:21-27). Mas este raciocínio poderia ser usado para condenar alguém que senta na casa do outro (1 Samuel 19:9-10) ou até para condenar reuniões de irmãos em Cristo (Atos 5:1-10).

Quanto a outras comemorações sociais, encontramos o exemplo de Jesus indo para Jerusalém para a Festa da Dedicação, um feriado nacional instituído pelos judeus no 2º século a.C. (João 10:22-23).

Não devemos criar festas, que Deus não autorizou, na sua igreja, e não devemos nunca participar de práticas imorais e indecentes, mas não temos base bíblica para condenar a mera participação com familiares e compatriotas em festas e comemorações comuns e decentes.

por Dennis Allan