Duas
orientações dadas por Jesus na mesma mensagem parecem
contraditórias e, por isso, exigem nossa atenção redobrada.
Ele
disse: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante
dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não
tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mateus
6:1). O Senhor reforçou esta advertência com uma série de exemplos
(esmolas, orações e jejuns). Ele criticou as pessoas que fazem suas
boas obras para serem vistas e honradas pelos outros.
Porém, alguns
minutos antes, Jesus havia dito: “Assim brilhe também a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus
5:16).
Ele se
contradisse? Como entender estas instruções?
Em uma leitura
superficial, seria fácil concluir que Jesus tivesse caído em
contradição, mas uma leitura mais cuidadosa corrige esta
interpretação errada.
A questão em ambas as orientações é de
honra e glória ou, melhor, de quem recebe a glória.
Quando os
discípulos de Cristo fazem suas boas obras, outros vão perceber. Se
a motivação e a conduta destes cristãos forem corretas, Deus será
glorificado pelo impacto da sua palavra na vida das pessoas
convertidas. Este é o sentido de Mateus 5:16. Faça as boas obras
para que os outros glorifiquem a Deus.
Mas as mesmas
boas obras podem ser feitas por outro motivo, totalmente contra a
vontade do Senhor. Os exemplos cita-dos em Mateus 6 são de pessoas
que agem, não para honrar o nome de Deus, e sim para receber a honra
para si. Ao invés de dirigir a atenção para o céu, estas pessoas
mandam tocar trombetas para chamar atenção para suas obras
recebendo, assim, a glória que é devida ao Senhor.
As palavras de
Jesus em Mateus 6:3 avisam, ainda, de outro perigo: o orgulho de
sentir-se bem por ter feito alguma obra. Ele disse: “Tu,
porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua
mão direita”. Não devemos registrar a conta das nossas
boas obras para achar algum mérito por nossos feitos.
Em outra
ocasião, Jesus ofereceu esta perspectiva sobre o nosso
serviço: “Assim também vós, depois de haverdes feito
quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos
apenas o que devíamos fazer” (Lucas 17:10).
Resumindo,
podemos concluir sobre quaisquer “boas obras” que realizamos:
1) A honra e
glória pertencem a Deus e somente a Ele.
2) Nunca
devemos procurar a honra para nós.
3) Nunca
devemos nos achar merecedores de glória!
Que Deus, e somente Ele seja
louvado!
–
por
Dennis Allan
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