A
comunhão do povo de Israel com Deus foi a prioridade de Moisés.
Quando Israel tropeçou, Moisés implorou que Deus não se afastasse
deles (Êxodo 33:12-17).
No sistema inaugurado pelo Senhor no
deserto, uma parte chave desta comunhão entre o povo e Deus foi o
sacerdócio levítico. Deus determinou que Arão, irmão de Moisés,
e seus descendentes seriam os sacerdotes de Israel. Ordenou, também,
que os parentes deles ajudassem em serviços de apoio. Eram todos da
tribo de Levi. É desta tribo que o terceiro livro da Bíblia recebeu
seu nome comum, Levítico. O livro relata as orientações dadas por
Deus aos levitas e ao povo que, guiado por esta tribo sacerdotal,
participaria destes atos de adoração e comunhão.
Uma
vez que entendemos, pelo estudo do Novo Testamento, que as leis dadas
aos israelitas no monte Sinai não estão em vigor após a morte de
Jesus, seria fácil pular este livro e perder o valor da sua
mensagem. É claro que suas regras sobre sacrifícios, ofertas,
dízimos, alimentos e festas não se aplicam a nós, por terem sido
sombras de Jesus Cristo e sua mensagem (Colossenses 2:16-17). Mas
nestas sombras achamos lições valiosas que enriquecem o nosso
entendimento do Novo Testamento e da base da nossa comunhão com o
Senhor na Nova Aliança.
O
conteúdo do livro de Levítico pode ser resumido conforme os
assuntos tratados:
Capítulos
1 a 7 apresentam instruções detalhadas sobre diversos tipos de
sacrifícios e ofertas.
Capítulos
8 a 10 tratam da consagração dos primeiros sacerdotes da família
de Arão. No meio deste relato encontramos a triste história da
morte de dois dos filhos de Arão por não seguir à risca as
instruções dadas. Deus usou este exemplos para enfatizar a
importância da reverência do homem diante do seu Senhor.
Capítulos
11 a 16 falam das leis sobre coisas imundas, inclusive sobre as
distinções entre animais permitidos e proibidos como alimentos para
os judeus. Hoje, estas regras não se aplicam, mas o princípio atrás
delas mantém sua importância para os seguidores de Jesus no Novo
Testamento. Deus usou estas distinções para ensinar a importância
da santidade (separação) e explicou: “vós sereis santos,
porque eu sou santo”(Levítico 11:45). Pedro usou este
princípio como fundamento para seu ensinamento sobre a santificação
prática dos cristãos (veja 1 Pedro 1:15-16).
Capítulos
17 a 20, 24, 25 e 27 incluem diveras leis práticas para manter a
santidade do povo. Entre elas são restrições sobre casamentos e
relações sexuais, princípios de honestidade e ética, avisos
contra idolatria e blasfêmia, instruções sobre responsabilidades
para com os pobres e orientações sobre votos.
Capítulos
21 e 22 falam da santidade dos sacerdotes e de algumas
responsabilidades específicas deles.
Capítulos
23 e 25 estabelecem vários dias comemorativos no calendário
judaico.
Capítulo
26 apresenta um contraste por meio de duas listas. A primeira designa
diversas bênçãos para os obedientes enquanto a segunda fala dos
castigos que viriam se o povo for desobediente. Neste capítulo,
também, Deus mostra a sua vontade de perdoar os pecadores
arrependidos, demonstrando seu desejo de manter a comunhão com este
povo.
Na
leitura do livro de Levítico, estamos nos preparando para
compreender conceitos do Novo Testamento, onde aprendemos que todos
os cristãos são sacerdotes com o privilégio de oferecer
sacrifícios a Deus. Pedro disse:“também vós mesmos, como
pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes
sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1
Pedro 2:5). Que privilégio!
-por
Dennis Allan
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